Conflitos
O módulo 2 do curso de roteiro da EBAC, cujo tema é “Os personagens”, abriu com três aulas para discutir como conseguimos aprofundar mais os personagens que havíamos criado.
E logo na primeira aula temos um título, que na primeira vez que assisti, me fez refletir bastante a respeito.
Se me permitir, diria que conflitos são certos momentos de nossas vidas que aparecem para mover o nosso equilíbrio estável de patamar.
Apesar desse ambicioso resumo, com uma pitada de “tecniquês” ao usar uma expressão que me recorda os tempos de engenheiro de controle e automação, é termo que está muito presente na minha vida.
Conflitos e controles, pra mim, são palavras antagônicas que por longo tempo me deram ansiedade, refluxo e noites de sono não dormidas kkkkkkk
Apesar disso, conflitos foram, são e serão fatores que movimentam a minha vida e minhas narrativas.
Sejam elas, em ficção como no livro que quero escrever e as aventuras de RPG que preparo. Ou os fatos e planejamentos de um futuro que quero desbravar.
Conflitos, nos remete a brigas, problemas, perrengues, tudo que nos faz sentir raiva, medo, angústia, ansiedade e diversos sentimentos que comumente entendemos como ruins, né?
Assim gostaria de te inserir nas minhas reflexões, te propondo alguns exercícios.
Acho que conflitos ou problemas são etapas que nos faz sair da zona de conforto para resolvermos algo, seja alguma questão interna (racional ou emocional) ou externa (necessidade física ou material).
E seguindo pelas demais aulas, falando sobre as camadas dos personagens, chegamos a um resultado sobre conflitos. Pode soar engraçado aplicar matemática aqui, mas teríamos:
E que mais seria o controle, se não ações que tomamos, e mudanças os aprendizados e consequências que molda nossa nova personalidade daqui pra frente?
Mesmo tendo isso em mente, e sendo relembrado pelo curso. Dessa vez, foi olhando para os personagens que venho criando, que me veio a vontade de fazer uma retrospectiva para analisar a minha própria vida e as escolhas que tomei.
Hoje se a minha personalidade mudou algumas vezes por conta das escolhas que fiz em momentos de desafios expostos, imagina o que eu poderia fazer pro Gregório, pra Zara, pro JBL, pra Maria e pro Jonas?
(Se você esta seguindo meus posts e criando seus personagens também, abaixo terá uma diversão a parte)
Tais mudanças começam com os conflitos que preciso montar para eles seguindo algumas perguntas:
E assim venho mais uma vez apresentar para você a minha resposta para essas perguntas nessa jornada de escrita.
Gregório é um investigador que perdeu a alegria da vida. Ele quer descobrir quem mandou matar sua família e por quê. Ele irá se infiltrar na mafia de imigrantes italianos para procurar pistas. Por conta da perda, quer acalmar a sua alma pela culpa de achar que foi por conta dele, que sua família morreu.
Jay é um robô solitário que desconhece os motivos da sua criação. Ele quer descobrir sua origem através da história do seu criador. Além de ler as anotações deixadas, saíra em uma busca das pessoas que se relacionavam com seu mestre. Deseja entender o significado da palavra deixada para ele, vida.
Zara é uma elfa empolgada para desbravar o mundo. Ela quer descobrir a história da sua mãe e viver aventuras como as contadas pelos seus pais adotivos. Ela descobrirá por um viajante uma pista por trás do amuleto de sua mãe. Deseja entender sobre seu passado para entender o significado de família.
Jonas é um programador que vive recheado de conhecidos no litoral. Precisará se conhecer ao descobrir as definições de estar e se sentir sozinho. Ele mudará sozinho para São Paulo para viver um sonho profissional. Sempre viveu dependente dos outros e ainda não sabe lidar com seus próprios desafios.
Maria é uma estagiária sonhadora que tem síndrome do impostor. Precisará enfrentar sua timidez e mostrar sua capacidade ao coordenar uma equipe. Ela apresenta uma proposta de narrativa cultural para o carnaval de Salvador. Ela quer se tornar uma grande jornalista assim como a sua chefe que a inspirou.
Espero que eles consigam resolver e que as mudanças os transformem para situações melhores que eles começaram! Mas só o tempo dirá.
Conta pra mim, qual o conflito mais desafiador que você teve até então? E como resolveu?
Um xero,
João.
P.S.: Dessa vez não comentei sobre os personagens dos filmes que falei no primeiro módulo porque só Ed Bloom de Peixe Grande e suas histórias maravilhosas merece um texto só pra ele!