No domingo de dia das mães, sentei no sofá com a minha mãe e passeamos pelos catálogos de filme para acharmos algo que nos divertisse em mais um momento juntos.
E o filme dessa vez foi Forrest Gump. E sim, foi pela primeira vez na vida que o assisti.
Fazendo uma leve visita ao passado, acho que nunca me havia tido vontade de ver esse filme. Qual era a graça do meme do cara que só fazia correr?
Talvez tenha sido essa a motivação para ver esse filme premiado, ou não era o momento certo da vida de poder apreciá-lo com o olhar mais velho. (gosto mais da segunda frase kkkkk)
O filme nos conta as aventuras de Forrest Gump, um cara, que na juventude e durante boa parte da sua vida, sempre foi julgado como idiota. Pela sua ingenuidade, por seu QI de 75 pontos (abaixo do dito “normal” dos anos 60 nos EUA) e pelo seu jeito de ser. Hoje é possível avaliar que Forrest possuía comportamento dentro do espectro do autismo.
Além disso, em sua infância, Forrest havia nascido com problemas nas pernas e nas colunas que o fazia necessitar de um “exoesqueleto” para conseguir andar. Nessa etapa temos algumas visões sobre como Forrest tinha em sua história, desde o bullying que recebia de outras crianças, como também seus movimentos inspiraram um dos visitantes da pensão que sua mãe tinha, a criar um estilo de dança. Esse visitante era Elvis Presley.
Apesar de tudo, sua mãe sempre esteve ao seu lado. Como uma leoa, protegia seu filho de todos que em algum momento o queriam fazer chacota ou fazê-lo algum mau.
Outra figura que acompanhamos durante todo o caminhar das histórias contadas por Forrest, é sua amiga de infância e grande amor, Jenny.
Jenny nos é apresentada como a garota que deixa Forrest sentar ao seu lado e conversa com ele, enquanto os demais o queria longe. Ela vem de uma família pobre, cuja mãe havia morrido, e através de um dos diálogos mais tensos e metafórico de todo o filme, ela nos conta que é abusada pelo pai.
Jenny é quem ensina a habilidade mais importante da vida de Forrest, e a frase mais icônica do filme: Corra Forrest, Corra!
Ambos se tornam grandes amigos, como pão e manteiga (segundo a tradução de como o Forrest gostava de falar). Após concluir o ensino médio, em um de perseguição de jovens confederados querendo agredir o Forrest, ele corre como sempre fez, mas dessa vez corre por um campo de futebol americano, sendo visto por um olheiro de faculdade e selecionado para fazer parte do time. Assim se separando pela primeira vez da Jenny e ganhando bolsa de estudos da faculdade.
A vida vai levar eles para vários caminhos bem diferentes, enquanto Jenny vai viajar pelo país, vivendo uma liberdade a moda Hippie anos 70, Forrest é convocado para a guerra do Vietnã. Forrest conhece Bubba e o Tenente Dan, e luta para sobreviver salvando seus companheiros e carregando consigo a promessa que fez para o seu melhor amigo que morreu em combate e vai usar todas as suas economias e virar um capitão de um navio para pegar camarão. Jenny se junta a um grupo político para protestar contra a guerra.
Vários vai e vem acontecem, e deixarei para você assistir ou rever esse filme maravilhoso.
Quase 600 palavras depois é quando venho falar o que assistir esse filme conversou comigo. Correr, seguir a vida independente do que acham de você é uma das melhores lições que esse filme pode conversar com o meu interior.
Hoje em dia parece que precisamos dar satisfação ou estarmos sempre atrás de um propósito que nos cobra todas as nossas energias e muitas vezes, dar um passo a frente tem um peso a mais.
Como Forrest, as vezes só seguir com a simplicidade da vida, nos deixando ela nos apresentar e nos surpreender com as histórias que ela nos quer contar, valha muito a pena e seja divertido também.
Claro que vai ser difícil, claro que existem diversas questões de privilégios e momentos de vida que devemos levar em conta e não agir em certo impulso. Mas olhar pro futuro e acreditar no que a vida pode nos apresentar, sem precisar estar perseguir um propósito que muitas vezes não é alcançável, e apesar dar o passo para frente, pode nos deixar mais leves.
Deixo aqui uma das falas que mais gostei do filme:
Vejam o filme e divirtam-se! Se já viu, se quiser, me conta o quê você mais gostou.
Um xero,
João.