Curso de Roteiro & Psicologia

Seja muito bem-vinde a dois dos módulos mais legais que assisti até então do curso de roteiro!

Os módulo 3 - Estrutura da personalidade e módulo 4 - Tipos psicológicos.

Resolvi juntar a resenha e apresentar os exercícios em conjunto, porque achei que ficaria meio solta a apresentação do conteúdo e ficaria bem mais completo os questionamentos por completo.

Nesses módulos você vai conhecer uma das figuras mais legais em conteúdo que tivemos, Carl Jung e com a sua psicologia analítica.

Para introduzir quem foi Jung, vou apresentar um pouco do resumo da sua história, transcrevendo o que consegui do site ebiografia.

Foi aluno, colega e amigo de ninguém mais que Zigmund Freud!

(Sim a empolgação vem porque nos últimos anos venho me apaixonando cada vez mais pela psicologia e suas áreas… de quem é a culpa? Minha prima Rayanna, o doutor Daniel Martins de Barros e Rafael Bezerra do canal Psicologia dos animes no Youtube)

Nesses módulos exploramos bastantes os conteúdos apresentado pelos trabalhos da psicologia de Jung. Desde suas descobertas a respeito de conceitos como Consciência, Inconsciente Pessoal e Inconsciente Coletivo. E assim estudamos parte dos seus subprodutos que nasceram desses assuntos, como Complexos, Arquétipos e Funções da mente.

Aí você se pergunta, tá mas como isso se encaixa com roteiro?

Esses conhecimentos são ferramentas incríveis para apresentar as profundidade e camadas dos personagens - como em Shrek sabemos que Ogros são como cebolas, eles tem camadas.

Entendendo o uso dessas ferramentas e conceitos, conseguimos ir montando juntos alguns questionamentos sobre os personagens e suas falhas pra ir tornando eles mais verossímeis. Todos nós erramos, falhamos, temos medos, defeitos e vulnerabilidades. Porque não nossos personagens também os ter?

Dentre os conceitos que citei a cima, um que vou comentar e usar seus subprodutos é o Inconsciente Coletivo.

Se não a descoberta e prova que colocou Jung no status que tem hoje na psicologia. O Inconsciente Coletivo seria em palavras relativamente mais simples, todos as situações e comportamentos padrões, repetitivos e similares que nós, pessoas, repetimos por ser algo como senso comum de ação na sociedade em que estamos inseridos.

Exemplo: Meu personagem tem que aprender a ler, ir pra escola, ir pra faculdade, casar, ter filhos e envelhecer. São padrões de comportamento e certas escolhas que enxergamos como comum, e se houver algum desvio desse caminho, vemos como um conflito. (Olha o link maroto com o tema anterior hein? kkkkkk)

(Profissionais de psicologia que estejam lendo isso, se falei bobagem, por favor me avise que dá pra ajustar o exemplo e o texto viu?)

Do inconsciente coletivo, vamos entender o porque a sociedade espera que nossos personagens ajam de uma certa maneira, e isso pode ocasionar diversos problemas neles, e esses sentimentos ruins, vão se aglomerando em temas e formando os Complexos.

Pensa que um personagem X desde pequeno é muito cobrado pelo pai e quando cresce desenvolve um Complexo de Inferioridade porque acha que nunca será bom em algo, ou que desenvolveu um Complexo Paterno e se cobra igual a como o pai fazia. Existem diversos exemplos.

Com isso, esses temas trabalhados em certos complexos, podem se manifestar em uma determinada forma, os arquétipos.

Esse arquétipos aparecem nesses padrões, como no exemplo anterior, a figura do Pai pode ser uma imagem negativa do arquétipo do Velho Sábio/Mago que vemos em Yoda (star wars) ou Gandalf (Senhor dos anéis). O Velho Sábio ou Velha Sábia, no negativo pode ser uma figura de cobrança, que gera auto-crítica. Exemplo em O Diabo veste Prada.

Existem outros arquétipos por ai, como o do Herói, da Sombra, do Self, do Alien e assim por diante. Vale a pena dar uma olhadinha, é bem divertido tentar encaixar os personagens. (Não faça isso com pessoas, por favor. Não rotule os amiguinhos).

Com isso o módulo 3, nós trás um exercício de tentar encaixar nossos personagem nesses desafios. Se eles tem algum complexo, se possuem algum arquétipo a ser trabalhado na história e justificar o porquê disso. Mais pra frente farei o compilado dos exercícios.

Juro que quando assisti esse módulo pela primeira vez foi uma explosão de miolos. As possibilidades de comportamentos e a vivacidade que esse conteúdo trouxe pros meus personagens do RPG e pra meus jogadores, foi uma vidara legal na narrativa da aventura. (Sim, usei meu RPG como laboratório kkkkkkk)

Sobre as aulas do módulo 4, começamos com o conceito de orientação da psique.

Jung tinha uma leitura que a nossa mente constantemente flui entre a objetividade e a subjetividade e vice-versa. Ou seja, movimenta entre uma extroversão (objetividade) e uma introversão (subjetividade), mas em cada um de nós possui uma orientação mais predominante.

Além disso, Jung foi extraindo mais em suas pesquisas sobre a mente e entendendo que não somos apenas, pensamento e sentimento, existem outras duas funções que podem influenciar no comportamento do indivíduo. A sensação e a intuição.

Com isso temos as 4 funções da mente:

Que seriam divididas em funções racionais (Pensamento e Sentimento) e funções irracionais (Sensação e Intuição) onde a primeira faz o trabalho de interpretação das informações, tomadas de decisões e determinar o que gostamos ou não. Já a segunda vem para determinar como obtemos/coletamos essas informações, se pelo ambiente externo ou pelo nosso mundo interno.

Mas assim como vimos que a orientação teríamos uma que é mais predominante, Jung pensou nisso também, e imaginou que haveria três categorias para essas funções:

A função inferior seria aquela que trabalhamos menos ao longo da vida e que se concentra mais tudo que o inconsciente pessoal foi armazenando ao longo do tempo. Assim, em momentos de estresse e conflitos, ela seria ativada.

Conseguimos determinar ela através da principal e de como elas se relacionam com as divisões de racionais ou irracionais.

Se a principal for Pensamento, a inferior será Sentimento. O mesmo vale para Sensação que será Intuição.

Isso quando fui ouvindo, já tava olhando pra minhas fichas de personagens de RPG e pensando, como conseguiria encaixar isso pra interpretar na mesa? A resposta viria na última das três aulas e a junção que Jung fez entre as orientações da psique com sua funções, criando assim os oito tipos psicológicos

Esses oito tipos psicológicos seria basicamente:

E aí segue a mesma ideia da questão das funções principal e inferior, Pensamento Extrovertido (principal) e Sentimento Introvertido (inferior).

Esses tipos se encaixam em diversos tipos de personagens da cultura pop, Sherlock Holmes (Pensamento Extrovertido), Dr. Watson (Sentimento Introvertido), Remy de Ratatouille (Sensação Introvertido), Gandalf (Intuição Extrovertido) e etc… [Qualquer dúvida me pergunta que apresento mais casos].

Com isso, e toda essa bagagem de conhecimentos de psicologia para criar personagens, os exercícios vieram para:

(Módulo 3) Dizer qual seria o arquétipo dos meus personagens, se eles iriam ter algum complexo e que eu justificasse.

(Módulo 4) Fazer um Raio-X dos personagens e como eles se encaixariam em suas respectivas tramas.

(Extra pra você) A separação de qual tipo psicológico coloquei para cada personagem.

M3 - O arquétipo do Herói, com complexo de inferioridade porque não foi capaz de proteger sua família e lutará por respostas.

M4 - Gregório Matos, 28 anos - Investigador Profissional

HABILIDADE: Carisma

ARQUÉTIPO: Herói

DEFEITO: Perfeccionista

ARCO: De um investigador em busca de vingança, à uma pessoa que entende o peso do perdão.

PRINCIPAL CONFLITO DRAMÁTICO: Após anos investigando a mafia italiana de São Paulo, arquiteta um plano de infiltração, mas a verdade por trás da morte terá um preço alto a se pagar.

OBJETIVO EXTERNO: Conseguir encontrar e se vingar de quem mandou matar sua família.

OBJETIVO INTERNO: Se perdoar por não ter sido capaz de salvar sua família.

M3 - O arquétipo da Criança, pois irá buscar através da ingenuidade de uma mente récem criada, entender a maturidade dos sentimentos humanos.

M4 - Jay Bass Level, 0.1 anos - Robô

HABILIDADE: Adaptabilidade

ARQUÉTIPO: Criança

DEFEITO: Ingenuidade

ARCO: De um robô recém criado, à uma vida artificial que entende a natureza dos sentimentos humanos.

PRINCIPAL CONFLITO DRAMÁTICO: Jay acordará em um mundo sem saber o porquê está vivo, e partirá em uma viagem em busca dos diários de seu criador, que estão com as pessoas que representam e lhe ensinarão determinados sentimentos humanos.

OBJETIVO EXTERNO: Encontrar algo do seu criador que explique sua criação.

OBJETIVO INTERNO: Entender sobre seus sentimentos e seu motivo de criação.

M3 - O arquétipo do Trickster, pois desafiará todos em seu caminho em busca de respostas sobre quem é sua família.

M4 - Zara Olhos do Crepúsculo, 16 anos - Caçadora

HABILIDADE: Perspicaz

ARQUÉTIPO: Trickster

DEFEITO: Impulsividade

ARCO: De uma jovem impulsiva atrás de um mistério, à alguém que entende que o quê buscava já tinha a muito tempo.

PRINCIPAL CONFLITO DRAMÁTICO: Por conta de uma pista de um viajante, Zara irá atrás de sua família nos confins da terra atrás de sua mãe e descobrirá sobre a vida xenofóbica dos elfos noturnos.

OBJETIVO EXTERNO: Encontrar sua mãe de sangue e entender sua história de origem.

OBJETIVO INTERNO: Encontrar seu lugar no mundo e ter uma família.

M3 - O arquétipo da Sombra, pois nos momentos de solidão terá que lidar aprender a auto compaixão para aceitar quem é.

M4 - Jonas, 21 anos - Programador de Software

HABILIDADE: Raciocínio

ARQUÉTIPO: Sombra

DEFEITO: Auto-suficiência

ARCO: De um jovem que não sabia nem fritar um ovo e entender suas reais vontades à uma pessoa que entende suas ambições e sabe interpretar suas emoções.

PRINCIPAL CONFLITO DRAMÁTICO: Irá vivenciar uma pandemia que precisará ficar em casa e conhecer o seu melhor amigo, a si mesmo.

OBJETIVO EXTERNO: Conseguir mostrar para sua mãe que sabe se virar em um período de quarentena.

OBJETIVO INTERNO: Entender suas individualidades e saber lidar com seu Eu interior.

M3 - A arquétipo da Velha Sábia, pois com o complexo de inferioridade, ela terá uma exigência que se impõe para atender a figura projetada de sua chefe.

M4 - Maria Souza, 19 anos - Estagiária de Jornalismo.

HABILIDADE: Visão espacial

ARQUÉTIPO: Velha Sábia

DEFEITO: Sem autoconfiança

ARCO: De uma mera estagiária com síndrome do impostor à uma líder em potencial.

PRINCIPAL CONFLITO DRAMÁTICO: Sua chefe tem um parto prematuro, e ela fica no papel de quem vai coordenar a equipe de transmissão.

OBJETIVO EXTERNO: Conseguir orquestrar a equipe de transmissão do carnaval de Salvador.

OBJETIVO INTERNO: Provar pra si que é boa no que faz.

Assim, deixarei de fora dessa vez os exemplos dos personagens dos filmes que escolhi para acompanhar os que ia criando porque se não esse texto iria crescer ainda mais.

Toda essa etapa que envolvia psicologia mexeu bastante comigo, não só em autoconhecimento, mas no processo criativo. Senti que ficou mais fácil pra mim conseguir vestir ou pilotar (não achei verbo melhor) o personagem no momento de escrever sobre sua vida e desafios.

Espero que apesar de gigante, você tenha conseguido extrair um pouquinho do que foi essa “loucura” psíquica dos módulos 3 e 4 do curso de roteiro da EBAC.

Para o próximo módulo só poderei levar um dos meus protagonistas. E a escolhida foi a Maria.

Quem mais você gostaria que eu aprofundasse e desenvolvesse o roteiro?

Fala pra mim nas redes sociais! Vou amar!

Um xero,

João.